Posted by : Alda segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Os riscos de se medicar sem a devida orientação ou prescrição médica compõem o que chamamos de AUTOMEDICAÇÃO. Como dizem que "de médico e louco todo mundo tem um pouco", o brasileiro é "mestre" em se medicar e, como se não bastasse, também em medicar os pais, filhos, tios, primos, vizinhos. É muito comum vermos alguém utilizando o mesmo remédio que o irmão ou vizinho, em casos de gastrite, pressão alta, tratamento da obesidade. Especula-se muito em torno do baixo poder aquisitivo da população como um estímulo à automedicação. O cidadão que não tem condições financeiras de adquirir um plano de saúde ou procurar um médico "particular", assustado com a morosidade do sistema público de saúde, que provavelmente não resolverá seu problema em tempo hábil, parte para o recurso do uso de medicamentos indicados por leigos, sem nenhuma orientação médica. Porém, a baixa renda e o baixo nível de organização do sistema de saúde no Brasil não explicam, por si só, o fenômeno da automedicação, que ocorre também nas camadas privilegiadas da população. No mundo inteiro é cada vez maior o número de reações adversas a medicamentos e a maior parte dos casos, ocorre em indivíduos que realizam a automedicação. Nos EUA, em 1999, foram registradas 120 mil internações hospitalares decorrentes do uso inadequado dos medicamentos. No Brasil, a intoxicação por medicamentos é uma das ocorrências mais comuns em casos de automedicação. Dados do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) da USP (Universidade de São Paulo), apontam que dos 3.211 casos de intoxicação registrados em 1998, 40% foram provocados por medicamentos. Se levarmos em conta que "todo medicamento é um veneno em potencial, dependendo da dose" (Paracelsus), poderemos avaliar por alto , o risco a que nos expomos diariamente, quando realizamos a automedicação. Todo medicamento tem seus efeitos colaterais e a prescrição médica é individualizada para as características de cada paciente. Alguns antigripais, por exemplo, são perigosos para indivíduos com insuficiência coronariana; alguns medicamentos para hipertensão são contra indicados para pessoas com asma; antiinflamatórios e/ou analgésicos podem diminuir o efeito de anticoncepcionais ou causar úlcera gástrica e assim sucessivamente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a automedicação como um problema até certo ponto inevitável e em estudo datado de 1986, aponta os riscos inerentes, aos quais devemos estar atentos: diagnóstico incorreto do distúrbio; retardamento do reconhecimento do distúrbio com possível agravamento; escolha de terapia inadequada; administração incorreta do medicamento; dosagem inadequada ou excessiva; uso excessivamente curto ou prolongado; risco de dependência; possibilidade de efeitos indesejados sérios; possibilidade de reações alérgicas; desconhecimento de possíveis interações com outros medicamentos e armazenamento incorreto ou excessivamente longo dos medicamentos. Se todos tivessem alguma noção dos riscos da automedicação, certamente não conviveríamos com este tipo de prática na população.

Fonte: www.farmaciahospitalar em 03/09/2011.

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